A arquitetura de Jorge Mário Jáuregui

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É surpreendente como a natureza tem formas e desenhos, muitas vezes, tão bem definidos. Eu, você e qualquer outra pessoa conseguimos perceber rapidamente e com facilidade as diferenças físicas entre uma árvore e uma flor, por exemplo. Já o espaço da cidade, e com ele os monumentos construídos por nós homos sapiens sapiens, já são um pouco diferentes e muitas vezes encarados como imprevisíveis. A arquitetura é um campo que trata do mundo físico mas sua relação vai muito além disso. Muito mais do que definir terrenos, a Arquitetura e, especialmente a Arquitetura Contemporânea, tem feito exatamente o oposto; ela vem questionando as relações que envolvem o seu entorno, a sua relação com as pessoas – moradores ou admiradores – e seu impacto na sociedade que vivemos hoje.

Jorge Mário Jáuregui, arquiteto e urbanista argentino (segundo ele, com sangue carioca), encontrou o seu lugar na arquitetura e no mundo ao lidar com os conflitos, contradições e contrastes do mundo de hoje e como isso se reflete na estrutura das cidades e, claro, nas próprias habitações. Seu trabalho parece simples e cheio de poesia, por reunir uma mistura entre erudição e necessidade de entrar em contato com essas adversidades.

Ele foi um dos primeiros arquitetos a se posicionar claramente em relação à aproximação da arquitetura com a arte, ao frisar o sentido e missão social desses dois campos. Ao envolver-se na área do urbanismo e entender o que se passava nas chamadas “cidades informais” (favelas e ocupações irregulares que sofrem com a inacessibilidade às necessidades básicas), o arquiteto pode compreender que a relação de moradia, espaço, pessoas e natureza são irmãs e precisam ser analisadas como conjunto e não como unidades que não dependem uma da outra. De dentro desses conhecimentos e noções de realidade, ele desenvolveu ainda mais o seu métier.

Foi usando tais conhecimentos arquitetônicos, sociais e artísticos que ele desenvolveu o projeto que conecta diretamente a natureza às formas de. A “Casa Klein” parece não ter começo nem fim, pois foi concebida pensando na relação entre exterior e interior, com escadas e conectores que evitam essa polarização entre lado de fora e lado de dentro.

Segundo o arquiteto, o seu desenho foi concebido buscando evitar ferir a “casca” do local onde a casa foi construída, um terreno elevado repleto de árvores, luz, vento e uma topografia complexa e por isso, habitável. Além disso, o próprio nome Klein vem do esquema da ˜garrafa de Klein”, uma representação bidimensional muito intrigante para os arquitetos pois representa uma busca de um interior que seja contínuo em relação ao lado externo. Daí começaram os estudos para compreender como isso funcionaria esteticamente e funcionalmente.

A casa que também é repleta de vidros que se abrem para a vista incrível da cidade do Rio foi concebida como uma caixa fotográfica que repousa no meio da paisagem, entre as árvores de forma livre e orgânica no terreno. E você ainda tem alguma dúvida se é possível viver do lado de dentro da mata? Confira algumas fotos:

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